Nosso
caminho para África foi feito por Paris – Tunis (capital Tunísia),
com uma pequena escala em Bamako ( capital do Mali) e finalmente
Ouagadougou. Foram 15 horas de viagem entre voos e conexões, mas
graças a Deus deu tudo certo.
Já no
avião no trecho Paris – Tunis, tivemos a primeira experiência.
Por ser o mês do Ramadan – período de jejum entre os muçulmanos,
na hora da refeição no avião alguns não a aceitaram. Este foi o
caso de um rapaz que estava sentado ao lado da Márcia. Ela pegou a
sua refeição com expectativa, pois estava com fome, pois, em viagem
nunca sabemos quando comeremos de novo. Logo, porém, a Márcia
percebeu que o rapaz à sua direita não aceitou e começou a ficar
visivelmente agitado. Ele começou a se mexer, passar a mão na
cabeça, olhar para o outro lado.
A Márcia
ficou bem constrangida e tratou de comer bem rapidamente e em
espírito orou para que a paz do Senhor viesse sobre o rapaz. No
final da viagem ele até conversou conosco.
Para
continuar viagem, ficamos três horas no aeroporto de Tunísia. Só a
estadia no aeroporto já foi uma experiência em si.
Pena não
ter podido fotografar todas as imagens diferentes, as diferentes
cores, diferentes faces e roupas. Haviam árabes no Norte da Africa
que até poderiam passar por brasileiros, haviam europeus, inclusive
as mulheres em trajes mínimos, pois, vão a Tunísia para férias na
praia. Logicamente na nossa sala de embarque, muitos africanos. De
fato em um voo com mais ou menos 200 pessoas, só haviam 10 brancos.
Diferente
sentir-se na minoria!
O nosso
voo para Ouagadougou, estava previsto para 19:50, com horário de
embarque às 19:20. Este horário chegou e nada aconteceu. Deu 19:30,
19:45, 20:00 horas e nada. Daí começamos a nos perguntar a razão
do atraso. Da sala de espera podíamos ver a aeronave estacionada,
mas tudo apagado, bagagens ainda no carrinho à espera para serem
transportada para dentro do avião.
Fomos
então informados por uma senhora algeriana muito simpática, que
tudo estava atrasado devido ao Ramadã. Na verdade o jejum do Ramadã
acontece durante o dia, e quando o sol se põe, todos devem orar e
comer.
Como o
horário do por do sol neste dia foi às 19:15, funcionários do
aeroporto e tripulação tinham que orar e comer. Resultado, saímos
com 1h30 de atraso.
Enquanto
esperávamos, em um canto da sala de embarque, muitos começaram a
orar em direção a Meca, como no costume dos muçulmanos. Nos chamou
atenção o número de mulheres que também oraram, o que não é
muito comum.
Alguns que
tinham também feito a viagem desde Paris, tinham guardado a comida
dada no avião e na hora certa, começaram a comer. Outros tinham seu
lanche. Notamos também no hall do aeroporto que por volta da hora do
por do sol, uma pequena mesa foi arrumada, com certeza para atender
funcionários do local.
Um senhor
da Líbia, que mora em Ouagadougou, começou a conversar conosco.
Pensou que o Silas era árabe. O Silas disse que não, mas ele não
se convenceu, pois já no avião ele ofereceu um jornal em árabe
para o Silas ler.
Este
senhor convidou Silas para um café, mas não puderam tomar, pois os
funcionários da lanchonete estavam todos comendo. Muito
interessante!
Vários
voos atrasaram e tudo foi entendido perfeitamente! Pois, era Ramadã.
Que pudéssemos ter a mesma dedicação nos nos jejuns a Deus.
Já no
avião, tínhamos os lugares 14 A e C, mas graças a Deus a Márcia
conseguiu um lugar na cadeira 5, ao lado da mulher algeriana, o que
foi uma benção em especial na hora da chegada, quando todos queriam
sair de uma vez só. Esta foi uma oração pequena, mas respondida, a
Márcia estava preocupada em se sentir mal lá no meio do avião.
O voo até
Bamako durou 4 horas e meia e correu tudo bem, chegando às 2 horas
da manhã. Logo a seguimos para nosso destino final Oaugadogou,
chegando por volta das três horas da manhã, tudo correu bem na
imigração e setor de bagagem – uma outra grande bênção!
No saguão
do aeroporto fomos encontrados pelo nosso missionário Mamadou
Kologo, que nos recebeu com muita alegria. Aliás, uma alegria mútua,
por termos chegado a este continente, onde o Senhor tem realizado
muitas coisas através dos nossos missionários.
Silas e Márcia